
Psi no esporte
Qual é a cor do esporte?
Oi gente, o tema do meu texto hoje aqui na coluna não poderia não ser outro se não, o preconceito no esporte. O esporte é uma ferramenta que vai além de somente buscar o bem-estar, de ser um simples hobby ou maneira de entretenimento, o esporte é um reflexo da cultura de uma sociedade. Dito isso infelizmente precisamos entender que existirá homofobia, intolerância, racismo, preconceito, sexismo entre outras violências de toda ordem dentro do esporte pois ainda existem essas violências na sociedade mundo a fora. Todavia, de maneira alguma, precisamos aceita-las e tolera-las.
O racismo no Brasil é estrutural e é um dos mais cruéis do mundo. Fruto do nosso passado escravagista que perdurou por quase 400 anos e que nunca foi reparado pelo poder público após a ‘abolição’. Todavia no esporte em geral os atletas negros são geralmente os principais protagonistas, já repararam? Alguns se tornaram lendas, mitos, reis, orgulho de nações, inspiração para a sociedade, levando o desempenho físicos e psicológicos aos limites da humanidade (Michael Jordan, Kobe Bryant, Pelé, Muhammad Ali, Serena Williams, Usain Bolt, Marta Silva, Tiger Woods, Daiane dos Santos, Lewis Hamilton, etc). Porém, a grande maioria dos atletas brasileiros que sofrem racismo dificilmente se manifestam. Talvez, por medo de represálias, de possíveis críticas e até por ‘normalizar’ esse comportamento.
Outro cenário que encontramos nos esporte é a homofobia e a transfobia ( Michael e a Tifanny ambos do vôlei, Richarlyson do futebol, etc). Afirma-se que a homofobia tem e sempre teve uma relevante função nas dinâmicas intramasculinas. Isto porque o esporte, especialmente os de contato, normalmente carrega uma cultura institucional na qual a ideia da masculinidade é produzida e definida: o atleta é pensado como o ideal do que é ser um homem de verdade, e este ideal mostrar-se-ia incompatível com a representação de feminilidade ou da homossexualidade.
Um terceiro preconceito ainda bastante enraizado no esporte provém do machismo, a não aceitação de mulheres no esporte. Como eu já falei mais sobre isso no meu texto “Segundo o dicionário, ser atleta é...” não irei repetir aqui, mas é importante que não nos esqueçamos dele e do quanto ele ainda é presente.
A violência no universo desportivo em sua maioria se dá através do canal oral e simbólico, com agressões verbais e ataques psicológicos. Assim, a manifestação de preconceitos no esporte não se expressam por meio das vias de fato, mas através de xingamentos provenientes da torcida, por vezes dos atletas, da comissão técnica, por vezes da imprensa. É importante salientar que não são somente os atletas que sofrem os mais variados tipos de preconceitos, mas ultimamente tem aumentado cada vez mais casos de ódio dentro das próprias torcidas. Ou seja tornando o esporte não só perigoso para se atuar mas também para se acompanhar.
Por fim, nesse espectro, programas ou palestras de psico-educação são fundamentais para ensinarmos a convivência e a tolerância com todas as diferenças. É importante educar para a prevenção aos comportamentos inadequados, o respeito às pessoas, às regras de convivência social. Valorizar as pessoas e seus potenciais, e não denegri-las por aspectos que não são de nenhuma importância para seu desempenho. O esporte é uma ferramenta subutilizada, inclusive, para esses acontecimentos. Poderia ser um instrumento de educação dinâmico e ativo, pronto para respostas positivas nesse sentido, mas não é o que acontece na grande maioria das instituições. Mas não podemos deixar de lutar por um esporte sem cores pré-definidas!
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